7 ALGUNS ERROS CAPITAIS DE MARX: mas a sua contribuição para o humanismo não é invalidada por isso

7 ALGUNS ERROS CAPITAIS DE MARX: mas a sua contribuição para o humanismo não é invalidada por isso
Marx cometeu erros capitais que em muito iriam influir no desempenho das lutas por melhores condições de vida. Sua análise sobre a economia política do sistema capitalista foi perfeita, mostrou a exploração do capital sobre o trabalho, da forma como se dá. Ali ele mostra que a mais-valia sobre o salário do trabalho é o que ocorre na verdade. O homem trabalha mas não recebe no final do mês o que verdadeiramente produziu. Daí a miséria, a fome e a pobreza. No final da vida, ele vai observar que seu patrão acumulou, deixou tudo para a sua família, e ele, ficou com um mísero salário de aposentado, nas filas dos bancos, mal vestidos, sem alimentação adequada, procurando remédio, caminhando, sonâmbulo pelas ruas das cidades. Na esquina, segurando um cachorrinho pela coleira, sentado em um banco de praça mal cuidada. Mas como funciona a mais valia?
Para responder a esta pergunta, vale uma recapitulação histórica. Assim que inicia o processo de capitalização, o empresário procura de todas as formas fazer com que o trabalhador fique sem os seus instrumentos de trabalho, de produção. Agindo assim, o trabalhador fica inteiramente na mão do patrão como se fosse um cordeirinho comendo capim na mão do pastor de ovelhas. Por isso, a exploração é feita de forma bem programada. E como age o patrão para conseguir tudo isso é muito fácil de explicar, mas difícil de entender para o leigo em ciências políticas econômicas. Vejamos um dos pontos mais usados recentemente.
Vamos dar o exemplo na construção civil do Estado do Ceará. Como funciona o processo para captar mão de obra barata para enriquecer os donos de grandes construtoras, empobrecendo cada vez mais o empregado. Recentemente, dado pelos meios de comunicação e do IBGE que a construção civil no Brasil vem crescendo mais do que qualquer outra indústria. No entanto, a procura pelos apartamentos de luxo não está sendo atendida a contento pelas construtoras, pois está faltando mão de obra. Então, o que os grandes empresários estão fazendo? Estão indo buscar mão de obra na lavoura, no campo, no Ceará sertanejo, dentro dos Inhamuns, Juazeiro do Norte, sertão central e outros locais. Todavia, o trabalhador não vem fácil para a cidade grande, pois nesta a vida é difícil, a moradia é péssima e ele ainda tema a sua terrinha para plantar mandioca, fazer farinhada, farinha..E com um salário de pedreiro não dá para ter uma vida digna. Então, astuciosamente, o empresário da construção civil, em parceria com o Estado burguês promovem o êxodo do trabalhador do campo. E isso se dá diversas formas, mas as principais são: construção de grandes barragens, expulsando o trabalhador daquele local de morada, como exemplo: o Açude do Castanhão. Desapropriando o pequeno agricultor, como exemplo: tomando terras pelo processo de grilagem, ou seja, falsificando escrituras. Bloqueando a água dos açudes, fazendo sangria. A água ficaria apenas dentro das grandes propriedades. Não dando sementes adequadas para o agricultor plantar. Construindo refinaras de petróleo estaleiros em cidades do interior. No processo, as pequenas propriedades são desapropriadas, a indenização é insignificante. E muito mais problemas contra o pequeno agricultor. Esse procedimento, na literatura da economia política recebe o nome de assalto aos meios de produção (ferramentas, terras para plantar, utensílios de trabalho etc). Dessa forma, sem condições para sobreviver ali aonde nasceu, o trabalhador do campo encontra como única saída vir para a capital do Estado. Quando chega já há outros que vieram do campo, fazendo fileiras nas grandes construtoras que, em vista da grande procura por trabalho, já tem vagas limitadas, em troca de um salário mínimo (R$ 510,00). Se ele conseguir o emprego, agora ele irá todos os dias subir e descer prédios, carregando latas de cimento. Arriscando a sua vida para receber migalhas no final do mês. Enquanto isso, o apartamento é vendido por uma fortuna para as grandes famílias burguesas.
Foi daí que a mais valia fora extraída, do suor do proletário que vendeu a sua força de trabalho. Logo, o acerto da teoria marxista foi perfeito, essa sua equação é imbatível. Ninguém até hoje conseguiu provar o inverso. E foi por conta disso que os programas sociais, as políticas públicas foram criadas em todo o mundo, desde a publicação de O Capital e do Manifesto de Marx e de Engels em 1848 nas tribunas de Paris. Hoje todo mundo fala em direitos humanos, má distribuição de renda, pessoas marginalizadas, exploração do trabalho humano, riquezas e misérias, melhores condições para a educação, para a saúde. Tudo isso é coisa do marxismo, surgiu ali. Dentro das teorias marxistas. Antes, não era assim. Basta dizer que um presidente do Brasil, Washington Luis, deposto em 1929, dizia que lutas de trabalhadores por melhores condições de vida era caso de polícia. A concepção anterior ao marxismo era de que todos teriam que trabalhar duro que um dia se tornariam patrões, seriam ricos. Antes do marxismo não existia a palavra classe social em sua essência como hoje é empregada. Aquela pirâmide social mostrada nos livros de Sociologia, que põem embaixo as classes trabalhadoras, no meio a classe média e em cima, no topo a classe dos dominantes surgiu mesmo após a divulgação das lutas trabalhistas lideradas pelo marxismo. Observa-se que hoje, independente de ser de direita ou de esquerda, partido burguês ou operário, todos falam em dar grandes verbas para a saúde, educação, moradia e direitos sociais aos trabalhadores. Estas lutas, estas bandeiras surgiram com o advento do marxismo no mundo. Antes, qualquer reivindicação era considerada como caso de polícia.
Mas, politicamente Marx não soube dar continuidade ao seu pensamento, pois meteu-se em assuntos aos quais ele não entendia: religião. Quer dizer, em vez de ficar ao lado dos religiosos, da fé em Deus, Marx partiu para uma associação com a burguesia, contra o feudalismo. Ingenuamente ele pensava que estava fazendo socialismo com isso, pelo contrário, quem via de fora achava que ele estava, isto sim, ao lado dos burgueses. Aliás são grandes as suas frases em seus escritos, inclusive no Manifesto de 1848, quando ele diz: “A burguesia é a única classe verdadeiramente revolucionária”. E o pior, ele elogia a burguesia quando ela desafia a Igreja Católica, quando ela danifica a imagem do Papa, quando a burguesia de Jean-Jacques Rousseau, Voltaire, Diderot, Montesquieu, Descartes e muitos outros reacionários faziam críticas à Igreja, e anulavam Deus como o centro do Universo, colocando o homem neste mesmo centro. A mesma burguesia que hoje critica os movimentos de esquerda é a mesma que faz críticas à Igreja, que promove os lances de televisão onde o sexo livre, o aborto, a traição, o adultério, as drogas e muito mais é enaltecida. Mas o marxismo pecou pela ingenuidade e também pela má fé. Pois, quem deseja o bem do próximo, do humanismo não vai sair por aí elogiando quem explora o trabalhador não.
No final, quem saiu ganhando com as críticas tolas do marxismo à Igreja Católica foi mesmo a burguesia. Agora, para defenderem o aborto, o adultério, o sexo livre, o divórcio e outros males burgueses a direita reacionária e preconceituosa se une à tola esquerda. Faço parte da esquerda, mas a minha esquerda é inteligente. Captei com inteligência o pensamento marxista da mais valia, entendi perfeitamente o que o marxismo quis dizer com aquilo. Sei da exploração e da forma como o capitalismo funciona. Sei que o capitalismo é inquestionavelmente uma porcaria. Vale-se apenas do consumismo e da exploração sobre o trabalhador indefeso para acumulação do capital sobre o trabalho do homem.
E o que os burgueses fazem para enganar? É simples, usam a ideologia. E o que é ideologia? É o mascaramento da realidade. Como fazem isso? É simples, como sabem da ignorância da grande massa populacional, usam palavras, usam sutilezas, usam instituições. Tudo isso como forma de esconder o processo de exploração do capital sobre o trabalho. Usam a fantasia, o fetichismo. Este não é nada mais do que pôr em uma blusa, em uma calça desenhos da moda com a marca. Esta passa a esconder do trabalhador o produto o seu trabalho, dando a isso o nome de alienação. No prédio de apartamento, a arquitetura mostrada ali esconde que o seu Manel, filho da dona Maroca Joaquina construiu aquela riqueza. Mesmo o seu Manel, quando passa por ali anos depois, maltrapilhos, sem aposentadoria, já bem acabadinho, não ver naquele prédio gigantesco o produto do seu trabalho. Aliás, ele passa com medo, com receio de que os donos do prédio o chamem de ladrão. Sim, pois um de seus filhos, de tanto exploração, de tanta falta de estudos e por morarem em favela, caiu no caminho das drogas e da marginalidade. Hoje é perseguido. Mas o dono da construtora, que nunca dera um prego em uma barra de sabão, está ali, na Europa ou na América, usufruindo os frutos de seu trabalho, de seu Manel. Todavia, o seu Manel, como foi alienado do produto do seu trabalho não toma consciência disso não, ele, mesmo já bem avançado em idade, ainda acha que o seu patrão é uma pessoa que um dia o acatou e pagou bem. O sistema capitalista, a ideologia capitalista, através de leis, tribunais, filmes, novelas, jornais, revistas, marketings de todas as formas fez com que ele, seu Manel acreditasse que o fracasso foi dele, de seu Manel. Ele, seu Manel, assume a sua própria derrota, considera-se culpado pelo crime do sistema capitalista que possui a sua própria engrenagem de exploração. Como diria a letra da música do Zé Ramalho: “O pobre foge da ignorância apesar de viver sempre perto dela. Ê, vida de gado, povo marcado ê, povo feliz”.
No entanto, apesar de ter mostrado tudo isso, toda essa ciência política em benefício da humanidade, da pessoa sofrida, Marx foi criticar justamente a religião, a fé do povo. A sua credulidade, o seu amor à Nossa Senhora, aos santos. A São Francisco de Assis, que, com seu amor ao próximo, aproximou-se do leproso, beijou-o e o abraçou. Exemplo de vida dedicada ao pobre, a fé em Deus. Francisco sentiu a presença de Deus.
Por isso, com suas críticas à religião, Marx fez sombra sobre o que tanto escrevera de perfeito a respeito dos erros máximos do sistema capitalista. Se tivesse ficado na sua, nos seus ensinamentos, na sua doutrina de liberdade e de uma vida melhor para o trabalhador, certamente que as críticas à sua economia política teria sido outra por parte dos burgueses, capitalistas e oportunistas.
Uma pessoa esclarecida percebe que quem mais faz críticas à Igreja Católica, à religião, á fé, é a burguesia. Observe, seja atento, veja os jornais. Veja as novelas, os atores. Preste bem atenção ao que eles dizem. Eles são burgueses, defendem o capitalismo, não têm nada de socialismo. Veja que eles acusam a Igreja de pedofilia, de homossexualismo. Defendem o sexo livre, riem da religião quando ela prega a castidade. Fazem entrevistas com jovens que falam de sexo livre. Defendem o aborto, dizem que o aborto é um caso de políticas públicas. Basta ter um olhar atento, de bom observador, que quem mesmo é contra a Igreja é a burguesia. Não se deixem levar por um ou outro que se diz católico, que pratica a religião.
Não procure ver no rico um apoio para a sua fé em Deus. Não queira fazer seguidores apontando, citando autoridades que se diz cristãos. Lembre-se das frases de Jesus Cristo que fala do jovem rico. Ele diz: “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”. A evangelização deve se dar pela fé em Deus, pela humildade e pelo despojamento das coisas do mundo. Não adianta ganhar o mundo inteiro para depois perder a sua alma.
Por isso, mesmo cometendo erros conjunturais, o marxismo abraçou a causa do humanismo, da não exploração do trabalhador por uma minoria de privilegiados que só vivem do lucro, do capital e da miséria do operário. Não se deixe levar pela propaganda burguesa. Lembre-se, cristianismo é fé em Deus, é sacrifício. Veja mesmo quem está fazendo sacrifício pelo próximo. Procure ver no olhar do irmão a visão de Deus.