POLÍTICA - Roberto Ribeiro - Contato: 85 - 9972.6634

CADA UM SE INCOMODA COM O QUE É DIFERENTE COM O QUE VOCÊ FAZ: a democracia é relativa para cada um
Roberto Ribeiro

No livro A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, ele diz que quando estava na Tcheco Eslováquia, viu o tanques de guerra da Urss invadindo o seu país. Ora, da mesma forma que no Brasil, em 1970, os tanques de guerra dos norte-americanos ficaram em alto mar esperando uma reação das forças de resistência, caso os rebeldes brasileiros que lutavam contra a ditadura militar reagissem, eles atacariam. Do jeito que eles fazem em diversos países do mundo.
Usando artifícios democráticos, mas querendo impor a sua lógica, os americanos divulgam o capitalismo como um sistema econômico democrático. Evidentemente, apoiados por forte esquema publicitário, mídia, consumismo, panfletos e tudo o que se pode imaginar para quem anuncia vendas de produtos a toda hora.
Assim foi e sempre será a humanidade, uns querendo dominar os demais, uma constante luta de classes aonde o mais fraco é sempre o perdedor. Sempre vemos no dia a dia as injustiças sociais. É o carro que não respeita o sinal, vai o pedestre reclamar que não tem nem aonde. E sempre houve invasão de privacidade. É no supermercado, no shopping quando você na maioria da vezes enganado e maltratado, e a lei e os direitos estão sempre ao lado do mais forte, do proprietário, do capitalista.
E eis a pergunta: “Aonde é que tem democracia nisso?”
Só mesmo uma ideologia burguesa fortemente armada, policiada, sufocante, ideológica consegue colocar na cabeça das pessoas idéias desse tipo. Basta ver os locais aonde as pessoas pedem auto-ajuda, suplício de pelo amor de Deus, me acudam. Pois o clima é sempre de opressão. Quando você participa de grupos de oração, você percebe o quanto há de sofrimento no irmão.
Não se sabe mais aonde está a justiça, de repente, ela desapareceu. Aquela mulher com aquela venda, pura mentira. Pois ela está sempre ao lado do mais forte, daquele que faz a lei em seu benefício: o político.
Tudo sem contar os constante apelos pela televisão que te convidam ao mal, à prática de atitudes ilícitas, tudo mostrado nos meios de comunicação. São os jornais, as novelas, tudo convida ao mal. É o governo “democrático” que distribui preservativos para os jovens se prostituírem no carnaval. É a influência vã, que subverte os bons costumes (se é que isto ainda existe dentro do capitalismo), tudo para fazer com que o dragão do mal (o capitalismo) sacie a sua fome de injustiças e de lucros os mais diversos.
Criaram até a idéia de liberdade. Falam em liberdade, mas não da liberdade de você ter os seus direitos, isso não, falam da liberdade da pornografia, da expressão baixa, do sexo a torto e a direito. Tudo isso com a clara intenção de subverter a própria ética de qualquer local, região, país, comunidade e sociedade.
Mas tem uma causa maior: fazer com que o capitalismo esteja sempre lubrificado, funcionando. Eles, os capitalista vivendo da miséria alheia, o trabalhador, o empregado, o funcionário, na batalha diária, ônibus superlotados, perigos de assaltos, vida ruim, preços altos, pouco salário, baixo consumo e grande desilusão.
Você já reparou que quando a construtora chega em sua casa, ameaçando-o, dizendo que você tem que vender, pois, do contrário, você perderá, ficará no sufoco, na poluição e no barulho. E o que é que a democracia faz a seu favor? Nada. Se você vai reclamar, alguém diz logo: "Não adianta, a construtora é poderosa, tem muito dinheiro, e você vai só perder o seu tempo". E você fica cabisbaixo, decepcionado porque acreditou na história da democracia, nos direitos humanos tão divulgados pelos partidos políticos.
Irmão, não tenha ilusões. Vote nulo em 2012. Não vá na onde de nenhum candidato, o que ele quer é ganhar o teu voto. É te fazer de tolo mais quatro anos.

19 CONSULTORIA DO BEM ESTAR SOCIAL – Método para você não vender a sua casa no bairro de Fátima (85) 8150.6068
Consultoria do Bem Estar Social: (85) 8150.6068 e (85) 8749.9120 - Para você preservar a sua casa, o seu status como morador do bairro de Fátima. A princípio, recomendamos que você mantenha o seu valioso imóvel, o seu patrimônio. Não atenda aos apelos de pessoas inexperientes e duvidosas que dão informações imprecisas sobre a venda de sua casa. Geralmente, corretores ou donos de construtoras que se utilizam de artifícios aéticos, afirmando categoricamente que o vizinho já vendeu a casa dele, e que só falta você. Caro morador do bairro de Fátima, você que está aqui no bairro desde a construção da Igreja de Fátima em 1955, fazendo agora 55 anos, você acredita que pessoas que se utilizam deste tipo de argumentos têm condições de agilizar algo produtivo para a venda de seu imóvel? Pense verdadeiramente nisso, veja se a pessoa que visita a sua casa, a sua residência, o seu lar, a sua morada é mesmo uma pessoa digna e eficiente, capaz de fazer com que você caia na armadilha de trocar a sua casa por um apartamento que será construído sabe lá a quantos anos para a frente. Lembre-se, as construtoras geralmente constroem sem nenhum capital próprio, elas se utilizam de verbas públicas, pelos planos de habitação da Caixa Econômica Federal, no quadro de poupanças, pois são as cadernetas de poupança que financiam o sistema da construção civil. Cuidado, todo sistema financeiro pode entrar em crise, como foi o caso da crise de 2008 nos Estados Unidos. Ali, os donos de bancos juntamente com as empresas construtoras e imobiliárias entraram em uma ciranda financeira onde só quem perdeu foi quem vendeu a casa e que apostou na compra do apartamento na planta. Quando a crise estourou, as construtoras faliram, os bancos quebraram e os proprietários das casas ficaram sem nada, na miséria. E o governo não veio em socorro dos proprietários de imóveis que perderam a sua casa não, o que o governo fez foi emprestar dinheiro aos bancos, tudo para salvar o sistema financeiro. E aqui no Brasil os investimentos em construção de prédios de apartamentos estão chegando ao limite máximo. Pelo volume de dinheiro investido na construção civil e pelos altos juros cobrados, o crescimento da construção de edifícios aumentou, mas, em compensação, está faltando mão de obra qualificada, indicando que a quebradeira está próxima. As construtoras não estão querendo pagar o que o trabalhador merece, e o sindicato dos trabalhadores da construção civil não abrem mão de seus direitos. Logo, já está havendo a crise. Há relatos de que os construtores de prédios não estão conseguindo vender os apartamentos construídos, o povo não tem poder aquisitivo para isso. Na avenida beira mar, mais precisamente ali na praia de Iracema, são muitos os apartamentos que não foram vendidos ali naqueles prédios. Basta passar a noite e olhar que as janelas com luzes apagadas são muitas. Isto se dá em virtude dos investimentos altos que não puderam ser recompensados com a venda dos imóveis. Poucos compraram. E um sistema que funciona assim tem tudo para entrar em crise brevemente. Logo, não caia na armadilha de perder seu imóvel (sua casa construída com tantos sacrifícios) em troca da promessa geralmente infundada de ganhar um apartamento. Vale aqui aquele ditado popular que diz: Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
Nossa proposta é no sentido de orientá-lo a ficar com a sua casa, permanecer com ela. Iremos na consultoria relatar casos de pessoas no bairro de Fátima que perderam o seu imóvel, pois não conseguiram arcar com as despesas do condomínio. Lembre-se, o condomínio é um aluguel para o resto da sua vida. Quando a pessoa se aposenta, à medida que a idade vai aumentando, o salário caminha pela contramão, pois vai diminuindo. No entanto, acontece o inverso com o condomínio, este vai aumentando assustadoramente. Além do mais, o apartamento não é como a casa que se valoriza com o tempo em virtude do terreno, ele vai ficando com menor valor, pois as pessoas querem sempre morar em prédios com piscinas, saunas, academias, quadras de esporte e tudo o que a modernidade oferece. O prédio é como o computador, só tem validade quando é novo. Depois de um ano de uso, já começa a sua desvalorização. Incluiremos na proposta maneiras e metodologias pelas quais você poderá ganhar com a sua casa sem ser necessário vendê-la, como investimentos promovidos pelo governo para reforma, aluguel para a construção de shopping e outros mecanismos do mundo do consumo. Lembre-se, tudo, menos vender o imóvel. No sistema capitalista o que vale é quem compra, vender, nunca.












15 REFLEXÃO SOBRE A POLÍTICA NACIONAL
O candidato do PSDB, José Serra, além de ter criado um clima desfavorável à governabilidade, com atitudes políticas de baixo nível, envolvendo denúncias pessoais, escândalos no serviço público, questões religiosas, tudo com o intuito de angariar votos do eleitor desinformado, fica agora numa situação bem delicada, pois, com o nível de liderança que o Lula detém no mundo atual, um possível governo seu tenderia ao fracasso logo no seu início. Basta lembrar quatro momentos da história do Brasil que levaram à bancarrota governos autoritários, alheiros do debate democrático. O primeiro foi o governo de Artur Bernardes, de 1922 a 1926. Totalmente envolvido por questões anti-sindicais e trabalhistas, este presidente criou um sério caso com as forças armadas, surgindo dali o tenentismo. Basta dizer, que o célebre tenentismo, com a revolta do Forte de Copacabana, foi criado única e exclusivamente para derrotar o governo de Bernardes. Não o puseram para fora, mas em compensação, aquele presidente impensado provocou uma das maiores crises sócio-econômicas da história do Brasil. E que viria a repertir em 1929 com a derrocada do preço do nosso maior produto de exportação, o café. Da mesma forma, deu seguimento a este governante irresponsável, outro da mesma laia, o senhor Washington Luis. Este presidente era tão impensado e fascista, que dizia que questões trabalhistas eram casos de polícia. Por isso, ao menosprezar o poder das centrais sindicais organizadas democraticamente, ele foi deposto em 1929, não concluindo o seu conturbado mandato presidencial. Agora, com a chega de Getúlio Vargas ao poder, o governo brasileiro iria viver momentos de prosperidade, pois Getúlio criou o salário mínimo, regularizou o sindicalismo, criou institutos de pensões e de aposentadorias, o pro álcool, o instituto do café, o instituto doe cacau, os tribunais do trabalho, as leis previdenciárias, os planos nacionais de educação pública, os planos de saúde para funcionários dos institutos: Instituto de Aposentadoria e Pensões do Industriários (IAPI); o Instituto de Aposentadoria e Pensões do Comerciários (IAPC), o Instituto de Aposentadoria e Pensões do Bancários (IAPB) e vários outros. Tudo isso, sem contar o grande desenvolvimento das indústrias de base, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce, a Petrobras e vários organismos de desenvolvimento nacional e regional. Não resta a menor dúvida de que o governo Vargas foi o divisor de águas entre o Brasil agrário de pobre e o Brasil industrializado e rico. O governo Vargas ganhou sua popularidade em virtude não de propagandas, mas de obras realizadas.
Getúlio foi forte o suficiente para governar quinze anos no primeiro mandato (1930 a 1945), elegeu o seu sucessor, Marechal Eurico Gaspar Dutra (1946-1950), voltou nos braços do povo em 1950. Governou de 1950 a 1954, quando sofreu forte pressão por parte da mídia reacionária e fascista, com o jornalista Carlos Lacerda, liderando um plano diabólico contra Getúlio Vargas. E o resultado foi o suicídio de Vargas em 1954. Naquele momento, o país mergulhou na maior recessão logo depois da Segunda Guerra Mundial. Tudo parou, e a crise política e institucional foi tão forte, que quatro presidentes substituíram Vargas em apenas dois anos. Era um presidente por ano, sendo logo deposto. As manifestações populares, líderes estudantis, a União Nacional dos Estudantes (UNE), os sindicatos promoveram manifestações tais que o país esteve praticamente parado. E, só com forte apoio de líderes democráticos, é que Juscelino foi eleito e tomou posse em 1956. Assim mesmo, estando sempre ameaçado de deposição. Tal foi o clima criado pela direita fascista para pôr Vargas para fora do poder.
Evidentemente que houve a renúncia de Jânio Quadros em 1961 e o golpe militar em 1964, depondo João Goulart. Essas duas crises tiveram mais o caráter externo como idealizador dos golpes, pois era o clima da Guerra Fria, e os Estados Unidos davam forte apoio aos governos de direita para depor militarmente contra as democracias. Veio então o processo de democratização do país, e só com as eleições de 1989, é que o país voltaria ao clima democrático no sentido da palavra.
Agora esse momento aqui é bem significativo, justamente para aqueles que não têm idéia do que seja política partidária. Naquele momento vários candidatos se apresentaram, indo para o segundo turno Luis Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello. Quem se lembra da campanha dos candidatos certamente irá se lembrar do baixo nível da campanha de Collor. Ele simplesmente levou todo o processo do seu horário eleitoral gratuito, difamando Lula, apresentando pessoas que diziam isto e aquilo do Lula. Um clima muito baixo, culminando no final, já no dia do ultimo horário eleitoral gratuito, quando Collor encomendou a denúncia de uma mulher que se dizia amante do Lula e que tinha uma filha a qual Lula teria abandonado ainda quando criança. Como a eleição estava tecnicamente empatada, parte do eleitorado desinformado optou por votar em Collor, decidindo a eleição a favor deste.
A eleição forçada de Collor o levaria ao impeachment em 1992. Seu governo foi totalmente conturbado. Seu método para debelar a inflação foi desastroso, pois confiscou o dinheiro de pequenos poupadores da caderneta de poupança, elevou a inflação para níveis jamais vistos da história, onde um pãozinho carioquinha de cinqüenta gramas chegou a custar mil cruzeiros. Um verdadeiro absurdo, fome e miséria. Seus eleitores, totalmente desinformados, em vez de apoiarem, pelo contrário, rasgaram o título de eleitor, negaram tudo. E, bom ressaltar, com o Lula na oposição, comandando a reação contra o autoritarismo do governo Collor, a deposição deste foi inevitável, logo em 1992. Este exemplo do governo Collor deveria servir de exemplo para outras pessoas. Querer ganhar a eleição na marra, com baixaria, onde o que interessa são os fins em detrimento dos meios, não funciona em política de forma alguma.
Na política o que deverá prevalecer é o debate, é a inteligência de ver quem apresentar a melhor proposta para os anseios populares. No caso do senhor José Serra, querendo ganhar de qualquer jeito, garanto que é o caminho mais curto para não terminar o mandato. Pois haverá forte oposição por parte de Partido dos Trabalhadores, do Partido Comunista do Brasil, do PSOL, do PSTU, do PCO, do PCB e demais partidos democratas. Caso ganhe a eleição, o senhor José Serra já estabeleceu antecipadamente um clima de pancadaria, greves, reações às mais diversas. Tudo isso sem contar com forte reação popular que não se conformará com o seu projeto de desmantelar os acordos internacionais firmados pelo presidente Lula, com a privatização do PRE-SAL, com o fim do Bolsa Família, com a expulsão dos moradores de rua e com a urbanização das favelas via projeto do governo da Colômbia. Caso ganhe a eleição, teremos o filme repetido do governo Collor de Mello com o Serra no poder. Acredito que o impeachment será inevitável.












ÍNDICE
A provável posição de Marina Silva para o segundo turno das eleições de 2010
Questões políticas: em quem devo votar?


1) A provável posição de Marina Silva para o segundo turno das eleições de 2010
A colocação em terceiro lugar de Marina Silva nas eleições em primeiro turno para presidente da República em 2010 foi bastante significativa, pois a candidata começou com inexpressivos percentuais no início de sua campanha. E foi aumentando gradativamente. No entanto, é bom que se diga, houve um grande erro de estratégia da candidata, como tive a ocasião de escrever uma crítica em seu site. A candidata, sempre que era interrogada pelos meios de comunicação a respeito das denúncias do candidato do PSDB sobre possíveis irregularidades do Partido dos Trabalhadores no serviço público, respondia falando de ética e de investigações mais aprofundadas. Grande ingenuidade política, acredito que a candidata não tenha lido O Príncipe de Maquiavel. Em política não existe solidariedade entre adversários, diria Maquiavel. O candidato deve seguir em frente, acreditando em seu próprio projeto e em suas investigações, tudo o que ocorrer pela frente que não seja de sua autoria deverá ser considerado como inverdade. Aí é que entra René Descartes, em O Método. O investigador deve desacreditar de tudo, pois ao menor vacilo ele perderá a sua hegemonia. E foi o que ocorreu com Marina, ou seja, ao admitir a denúncia do candidato do PSDB contra o PT, ela, sem o perceber, estava admitindo a perfeição das denúncias de um adversário seu. Apenas no final, depois de recomendações de muitos eleitores seus é que ela procurou acordar para o problema, mas já era muito tarde. Aliás, ela estava cometendo o mesmo erro de Heloísa Elena em 2006, quando ficou criticando o caso dos Aloprados ao lado de Geraldo Alkimin. A candidata aceitou muita entrevista da mídia naquela época. E o resultado foi um desastre para o PSOL, pois ela ficou só com seis por cento dos votos, e o Alkimin foi para o segundo turno com o Lula. Agora ocorreu o mesmo com Marina, pois, ao aceitar as denúncias postas pelo candidato do PSDB ao governo Lula, ela, sem perceber fez com que aquele fosse ao segundo turno.
Quanto ao seu apoio ao segundo turno, acredito que ela provavelmente apoiará a candidata do PT, pois ela foi clara quando disse que o Brasil precisava de uma mulher na presidência da República. Além do mais, Marina foi fundadora do PT, tem raízes de esquerda. Não acredito que ela desse apoio ao um candidato reconhecidamente e assumidamente neoliberal, como é o candidato do PSDB. Apesar dela dizer nos debates que os dois candidatos, Dilma e o candidato do PSDB, eram parecidos, a coisa muda de figura quando tem que decidir entre os dois. Marina não tem nada a ver com o PSDB, ela é uma democrata, lutou contra a ditadura militar, é uma mulher que vem dos seringais, estava ao lado de Chico Mendes. Não teria o menor sentido um apoio seu aqueles que sempre estiveram ao lado da exploração do capital sobre o trabalhador. Marina tem raízes humanas, é uma pessoa que tem religião praticante, não é de fachada. Sua tendência vai no sentido dos direitos humanos, da natureza, do desenvolvimento sustentável e das pessoas sofridas e discriminadas.
É claro que o PT fugiu às suas raízes, deixando de perceber a evolução do processo de desenvolvimento capitalista. O PT não acompanhou, ficou impregnado nas questões trabalhistas e sindicais. Para este partido o mundo não mudou. E ele deixou de perceber que agora o meio ambiente seria a palavra de ordem, uma pedra no meio do caminho de qualquer tipo de desenvolvimento. Na ânsia de mostrar serviço e avançar de forma cega e ininterrupta, o PT foi fazendo desenvolvimento a torto e a direito. Desenvolvendo a economia e acabando com o meio que estaria inserido dentro do processo. Um método de exclusão achando que estava incluindo. Pura loucura. Esse foi o erro do PT. Só isso. Ele viu apenas os gráficos econômicos de crescimento e de desenvolvimento econômico.
E é nesse embalo que entra Marina Silva, defendendo o meio ambiente já como ministra do governo Lula. No entanto, suas ações foram anuladas em virtude do projeto de crescimento econômico a qualquer custo. Por isso ela deixou o PT e acabou sendo absorvida pelo Partido Verde. E foi aí que ela cresceu nas pesquisas eleitorais, chegando próximo ao segundo lugar. Agora, resta saber qual o seu comportamento político para o segundo turno. Na nossa maneira de ver, só uma coisa interessa à Marina, o meio ambiente, o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade sócio-ambiental. O mundo pede isso, o Brasil também pede, pois o resultado de vinte milhões de votos dados à Marina enaltece isto. Esse negócio do presidente do PV declarar apoio precipitado ao candidato do PSDB pode demonstrar certo descompromisso com as questões ambientalistas. O nobre presidente deveria antes fazer uma avaliação, uma reflexão a respeito do meio ambiente inserido no projeto do candidato neoliberal do PSDB. Na minha opinião na qualidade de cientista político foi um ato impensado. Na verdade, os votos adquiridos foram da Marina, só isso. O PV jamais teria esta quantidade de votos, basta observar os votos do Gabeira no Rio de Janeiro, foram insignificantes. Não chegou nem a vinte e cinco por cento. Ficando em segundo lugar, onde o Sérgio Cabral recebeu mais de sessenta por cento da votação, sendo eleito no primeiro turno. Quer dizer, os votos foram da Marina Silva, e acredito que ela vá fazer propostas no sentido de se preservar o meio ambiente, esta será a sua ética ambientalista. Não serão questões de cargos, mas de desenvolvimento sustentável que decidirão as eleições de 2010 para a presidência da República. Aquele ou aquela candidata que tiver maiores compromissos com o meio ambiente, o desenvolvimento sustentável, a responsabilidade sócio-ambiental e o homem inserido neste espaço ecológico é que ganhará a eleição.

1 - 2) Questões políticas: em quem devo votar?
José Roberto Soares Ribeiro – Sociólogo, Estatístico, Professor, Pesquisador. Contato: (85) 9972.6634.
Antes, quero agradecer ao meu filho Marcos Pavel, pelo incentivo ao blog, à minha filha Ana Vitória, por ter também elogiado, à minha esposa, Fátima, por achá-lo interessante. Agradeço também, de coração, à minha seguidora Gislene Oliveira, aos meus seguidores do Grupo Povo Meu, Vítor e Marcelo, o Daniel e demais membros da Comunidade Recado, tão empenhados na campanha: "Eu Acredito no Recado em Fátima", por terem lido assuntos deste blog.
Importante: Ontem à noite, quarta-feira, 29 de setembro de 2010, antes da reunião do Grupo Povo Meu, da Comunidade Católica Recado, da qual eu participo, o Vitor e o Marcelo disseram que viram o meu blog. Eles pediram algumas informações mais detalhadas sobre política, por isso, entre o debate sobre a campanha da Comunidade Recado: “Eu acredito no Recado em Fátima”, eu disse que iria escrever alguma coisa sobre o tema político atual. Logo, é interessante o artigo que escrevo abaixo. Isso poderá ajudá-lo a definir o seu voto.
Artigo
Muitas pessoas geralmente têm dúvidas na hora de votar. Isso ocorre em virtude de nossa própria formação política que é deficitária. Primeiro porque a educação da população brasileira não leva em consideração a educação política. As disciplinas ministradas nos colégios visam mais as ciências naturais e exatas como matemática, física, química e biologia. História, geografia, literatura são geralmente deixadas de lado, conhecidas como “matérias decorativas”. E esta situação é sempre reforçada pelos governos que dão grande incentivo ao mercado de trabalho, preparando sempre mão de obra especializada. Não se educa o estudante para pensar, para refletir. Nos próprios colégios, tanto públicos quanto privados, pouco se investe em bibliotecas. A relevância que se dá são às quadras de esportes. Dentro de um quadro deste tipo, fica muito difícil esperar que o eleitor saiba alguma coisa de política, pois esta deveria ser estudada para ser entendida. Todavia, não é interesse das classes dominantes que a pessoa reflita e pense coerentemente, pois esse novo paradigma iria certamente fazer com que o eleitor tomasse consciência do que faz um presidente, um governador, um prefeito e etc. Disciplinas que ensinam política se tornam perigosas para qualquer sistema político organizado por uma minoria branca. Isso vem desde os tempos do colonialismo. As coisas sempre foram feitas de forma que o povo participasse da menor forma possível. Segundo, o voto antigamente era vedado a quem não possuía renda. Só poderia votar os grandes fazendeiros, donos de casas comerciais, juízes, advogados, médicos e engenheiros. O povo ficava apenas escutando e ouvindo falar. Com a proclamação da República em 1889, a participação popular era exigida pelo mundo civilizado, pelo positivismo da Revolução Francesa. Ninguém iria emprestar dinheiro a um país, ou fazer comércio com uma nação que não dava oportunidade a seu povo de escolher os seus representantes políticos. Então, da não participação, a coisa virou justamente para a situação inversa, agora o povo era forçado, obrigado a votar. Aí surgiu a pergunta dentro do meio popular: em quem devo votar? Os grandes proprietários arranjaram logo a resposta: em nós. E por conta do voto amarrado, de cabresto, dentro dos currais eleitorais, a alienação popular foi se intensificando. E à medida que as eleições se passavam assim, dentro dos recintos das grandes propriedades, cada vez mais o povo ficava apático diante dos questionamentos políticos. Em 1934, a Constituição legalizou o voto feminino. E na Constituição de 1988, o voto ao analfabeto foi permitido. No entanto, há um fato inédito, o analfabeto pode votar, mas não pode se candidatar. Outra aberração.
Na democracia, o ideal é que haja os colégios eleitorais, onde parte significativa da população seja filiada a um partido político. Nos partidos políticos há os cursos sobre orientação política, onde se discute a economia política, o andamento da forma como a sociedade age e reage perante conquistas de seus direitos sociais. Neste ponto, há a conscientização da verdadeira vontade de participar. E é ali, dentro do partido político que os grupos de interesse vão se formando. São os grupos que lutam por melhores condições de vida, os que reivindicam direitos para a mulher, os que pedem garantias para os trabalhadores, aqueles grupos que defendem a microempresa, e daí por diante. Em face desta realidade, há as lideranças que se destacam em cada grupo, e, no processo eleitoral, há a votação para indicar candidatos. Dessa forma, dentro do partido político organizado e estruturado, com todo o processo democrático de participação, discussão e indicação para candidaturas conforme o próprio perfil elaborado pela organização partidária, a eleição dentro da sociedade é formada. E quando chega no processo eleitoral, os eleitores têm os seus candidatos, onde estes disputarão com outros de outros partidos, defendendo também seus interesses de classes.
Entretanto, no processo eleitoral brasileiro, onde não há formação política adequada, o eleitor não tem uma definição partidária, ele simplesmente não tem nenhum contato pessoal com os candidatos, a não ser perto das eleições, onde o político se aproxima do eleitor para tomar cafezinhos, entregar “santinhos”, muitas vezes com o retrato de um santo da Igreja junto com o seu, e daí por diante. Fica difícil deste jeito encontrar uma resposta para ver em quem se vai votar. Seria ideal uma adequada educação em ciências políticas em todos os setores da sociedade brasileira, onde a participação popular fosse bem representativa, pois as discussões sobre os reais problemas sociais, com debates constantes, é que fazem a democracia. Mas da forma como está, o que se vê são pessoas sem a menor condição de reivindicar direitos sociais se candidatarem, onde há muitos candidatos que prometem projetos que não são de sua competência, caso sejam eleitos. Há alguns vereadores que prometem votar leis que seriam de atribuição de deputados federais, candidatos a prefeito que prometem acabar com a violência urbana, assunto da competência do governador, pois a prefeitura não tem o poder de polícia, ela não possui aparelhos repressivos, já que ela não controla as polícias militares estaduais. Quer dizer, são coisas desse tipo que fazem parte de uma democracia que funciona de forma inadequada. Assim, saber em quem vai votar vira quase que uma adivinhação, um jogo de loteria, um acaso, uma sorte, uma probabilidade de erros e acertos. Em vista disso, perdidos e sem terem um roteiro adequado nas eleições, o eleitor acaba votando no candidato que melhor aparece nas pesquisas eleitorais.
As pesquisas eleitorais são encomendadas pelas organizações fortes que têm grandes interesses em que seus direitos e seus privilégios sejam mantidos. Em visto disso, estas empresas encomendam pesquisas junto aos institutos especializados em opinião pública. Evidentemente, em virtude da metodologia adotada pelos técnicos em pesquisas dos institutos, o resultado acaba favorecendo o candidato que responde aos interesses dos poderosos, das classes dominantes, ou seja, daqueles que detêm há mais de quinhentos anos o poder econômico do Brasil. Pois a instituição pesquisadora procura responder aos interesses daqueles que encomendaram a investigação do processo eleitoral. Assim, quando sai o resultado, fortemente noticiado pela imprensa, o eleitor, já sem nenhuma informação sobre seus reais direitos e necessidades, acaba sendo influenciado pelos índices estatísticos percentuais fornecidos. E é neste contexto que ocorrem as maiores disparidades. Você ver um trabalhador explorado da construção civil estampar uma blusa com a foto de um banqueiro, um desempregado votar em um candidato que defende os interesses neoliberais. Sabe-se que o neoliberalismo defende o desemprego como uma forma de manter uma mão de obra reserva, o exército industrial de reserva. Quanto maior for a mão de obra excedente, mais os salários serão pressionados para baixo, pois o trabalhador exerce a sua atividade com medo de perder o emprego para um companheiro que todos os dias pede emprego na fábrica a qual ele trabalha. Esta é a regra mostrada pela economia liberal, passando por David Ricardo, Adam Smith, Karl Marx e demais economistas contemporâneos em estudos de economia política. Só existe lucro quando os salários estão mais baixos. Daí o processo de acumulação do capital, gerando riqueza de uma minoria com má distribuição de renda para a maioria das classes populares, inclusive a classe média, tão abatida atualmente com as políticas governamentais.
É bom entender que a sociedade capitalista funciona através de duas classes fundamentais: patrões e empregados, proletários e burgueses. Sempre foi assim, e o que não se admite é uma pessoa deixar de compreender esse fundamento sociológico, pois em qualquer curso de Introdução à Sociologia este tema é abordado. Independente de haver lutas socialistas ou não, o que interessa conhecer é o funcionamento da sociedade, da forma como as engrenagens se locomovem e fazem a economia andar. O homem vive inserido nos processos sociais, onde há a competição, os conflitos e as acomodações, não se podendo ignorar a estratificação social, e a própria luta de classes, inerentes ao funcionamento do sistema. Ao tomar consciência disso, chamada pelo educador Paulo Freyre, de conscientização, a pessoa passa a melhor entender o seu lugar social, a sua posição dentro do processo social. Por isso, quanto maior for o grau de conscientização e conseqüente participação popular, melhor será para todos, pois aí haverá um maior equilíbrio dentro das conjunturas do tecido social. Se o funcionário, empregado, trabalhador, pequeno empresário, mulher, doméstica, profissional liberal e demais classes que vivem de salários tomarem consciência de que do outro lado há os grandes proprietários, os grandes banqueiros e demais entidades opressoras, as coisas passarão a ser mais democráticas. As injustiças sociais diminuirão, haverá menor violência urbana, a educação pública e a saúde serão melhor assistidas, haverá redução da quantidade de moradores de rua, os sem teto e os sem terras também diminuirão em tamanho, pois casas reivindicadas serão construídas. Além disso, os preconceitos também perderão em grau de intensidade, pois a representatividade dentro dos modelos políticos serão maiores. Um novo paradigma político surgirá de forma consciente, a paisagem estampada nos congressos políticos terá uma estratificação social com representantes de diversas entidades.
Por isso, sem querer esgotar o assunto até aqui, recomendo que o eleitor pense bem na hora de votar, veja se o candidato que está anotado na sua agenda responde aos seus reais interesses de classes. Se, por exemplo, você é um professor, veja se o seu candidato defende os interesses de uma educação de qualidade, se você é um médico, observe os problemas atuais da saúde pública brasileira, veja quem votou no Congresso Nacional contra a CPMF, pois a exclusão deste imposto democrático prejudicou a saúde pública brasileira em mais de quarenta bilhões. Os partidos que votaram contra a CPMF queriam simplesmente prejudicar o partido que estava no poder naquela ocasião. Seria a hora de você, eleitor, ver pela internet, quais os candidatos aqui do Estado do Ceará que votaram contra a Contribuição por Movimentação Financeira (CPMF).
Bem, agora é tomar consciência e votar em um candidato que tenha a ver com os seus reais interesses sociais. Verificar, especificamente se os clamores ao qual você participa têm correspondência com as reivindicações propostas pelo candidato ao qual você escolheu para votar. Lembre-se, como depois das eleições não há quase cobrança do eleitor, seu candidato poderá ou cumprir a promessa ou esquecê-la, tudo dependerá da sua consciência e dos interesses aos quais ele representa. Por isso, nós, cristãos, que acompanhamos as adorações aos Santíssimo, participamos de grupos de oração, não podemos nos deixar enganar. Temos que ser tão espertos quanto os filhos do mundo, como diz Jesus em uma de suas parábolas na Bíblia Sagrada: “Os filhos de Deus deveriam ser tão espertos quanto os filhos do mundo”. Ele faz esta afirmação na parábola do administrador que perdoara as dívidas dos devedores de seu patrão, pois ele iria ser demitido. Dessa forma, por exemplo, no caso da questão do aborto, só para alertar, não se deixe levar pelo candidato que diz apenas que é contra o aborto. Isso é muito fácil dizer quando se está nas vésperas das eleições. Este tipo de candidato muitas vezes pertence a um partido que defende claramente o aborto. Lembro que em 2009, quando levantaram a questão do aborto, os principais senadores do Congresso Nacional defenderam publicamente o aborto, dizendo que aquilo era uma “questão de saúde publica”. No entanto, hoje, próximo às eleições, estes mesmos senadores se escondem do problema. Lembre-se, caro eleitor e leitor deste blog, os filhos de Deus são bem mais inteligentes. Veja o que o candidato tem de sincero em suas manifestações, procure olhar bem em seus olhos, nas suas palavras, embora você não tenha grandes conhecimentos em ciências políticas, você, independente de ter religião ou não, mas se for uma pessoa que deseja o bem ao próximo, tenho certeza que saberá escolher a opção que melhor lhe convier no dia das eleições. Além do mais, se nenhum corresponder aos seus ideais éticos, você tem a opção de votar nulo ou branco.


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