Sociologia: a questão do aborto sob a perspectiva sociológica

A questão do abordo sob a perspectiva sociológica
Roberto Soares
É comum as pessoas acharem que os sociólogos em sua maioria sejam liberais, abertos ao novo. Aliás, quando se fala em sociólogo, há uma recorrência quase que geral para com um aparo aquilo que seria considerado não moral do ponto de vista da sociedade tradicional, conservadora. Durante muito tempo venho ouvindo através da mídia, falada, escrita e televisionada entrevistas com sociólogos os mais diversos. Não me recordo de nenhum deles terem se manifestado contra o aborto. Pelo contrário, principalmente as mulheres, têm uma verdadeira afinidade com a questão do aborto. Agindo de forma que tem acordo direto com o sistema capitalista de produção. Este, totalmente envolvido com o consumismo e com a exploração da mão de obra barata e pouco esclarecida, faz questão de aprovar tudo o que for divertido para a sociedade, não importando os seus valores éticos e morais.
As causas para a luta a favor do aborto são múltiplas, há um verdadeira arsenal de vantagens para o sistema capitalista na questão da aprovação do aborto. Como, por exemplo: controle da natalidade, diminuição das populações pobres e paupérrimas dentro das cidades, menor gastos públicos com pré-natal, diminuição das faltas de funcionárias dentro das fábricas para questão de licença maternidade e outras as mais diversas e pitorescas. E para que tudo isso funcione, o sistema cria um marketing satânico, envolvendo toda a mídia, aparato logístico, fazendo com que a mente das pessoas absorvam a questão do aborto com a maior naturalidade possível.
Dessa forma, sem me estender muito, pois os questionamentos são múltiplos, posso dizer, que como sociólogo, vejo a questão do aborto dentro do sistema capitalista como mais uma forma de exploração das pessoas mais simples e humildes. O capitalismo agora, como as máquinas fazem de um tudo, não mais necessita de mão de obra, como eles fizeram durante o início da revolução industrial onde crianças de até dois anos eram exploradas pelo sistema inglês nas fábricas de tecelagem. Quer dizer, a força de trabalho agora é dispensada, é obsoleta. Máquinas robotizadas estão substituindo o homem. Agora, dizem eles, para que reprodução de força de trabalho humana. Vamos eliminá-las, pois agora nos dão prejuízo. Vale esclarecer que força de trabalho é o termo consagrado pela economia política, ligado  à escola clássica dos economistas Smith, Ricardo e Marx. Em A Riqueza das Nações, Adam Smith expõe os procedimentos pelos  quais a força de trabalho deveria ser reproduzir para dar suporte ao processo de acumulação do capital. David Ricardo, em A Renda da Terra, explica como os proprietários deveriam organizar os trabalhadores em suas terras, a fim de que elas lhes dessem grandes lucros. Marx, em sua obra O Capital, explica todo o processo de exploração pelos quais passa a força de trabalho, os operários das fábricas, a exploração do trabalho inclusive o infantil para que a acumulação do capital não sofresse solução de continuidade.
Em A história da riqueza do homem, Léo Huberman faz todo o levantamento da exploração do capital sobre a força de trabalho humana, levando o homem à exaustão, onde os trabalhadores da minas na Inglaterra e na França tinham vida efêmera em virtude das péssimas condições de trabalho. Ali crianças e mulheres eram explorados até às últimas conseqüências.
Dessa forma, quando se analisar o capitalismo sob a perspectiva marxista, observa-se que o sistema é de exploração, nada é feito sem sentido. Tudo tem o dedo do sistema. Fortes correntes de cunho ideológico manipulam mentes para que a questão do aborto seja aprovada principalmente nos países subdesenvolvidos. Muita munição está sendo lançada para que as populações pobres tenham o número de filhos reduzidos. O interesse é este.
Para Nogueira (2011), “No entanto, sabemos que o sistema social, tanto em sua esfera produtiva quanto na reprodutiva, não prescinde da exploração das mulheres pertencentes às classes subalternizadas. Aliás, há tempos, como pudemos constatar também, que a mulher é alvo de subordinação social, o que acaba por facilitar o seu aproveitamento enquanto força de trabalho sub-remunerada pelo setor produtivo industrial.”[1]
Há o interesse em facilitar a liberação feminina, desobrigá-la de responsabilidades familiares a fim de que sua produção se realize ao máximo. Cria-se então o mito da liberação feminina, da mulher emancipada. Formata-se uma mulher livre de qualquer empecilho para que ela se realize no mundo do trabalho, agindo com liberdade, fazendo de si e de seu corpo o que bem lhe entende. Mera concepção burguesa de modernismo. Na Europa, e mais especificamente na Alemanha, praticamente não nascem mais crianças. E as mulheres ditas emancipadas, não querem perder tempo com casa, coisas domésticas, marido, crianças. Para o mundo considerado desenvolvido, isto seria coisa de país pobre e subdesenvolvido. Em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Max Weber, teórico sociológico do sistema burguês alemão diz que aonde prevalece o protestantismo há riqueza, e pelos locais do mundo onde a religião católica é dominante, prevaleceria a pobreza. O autor dá a entender que o catolicismo seria um obstáculo ao crescimento do capital.
Aqui copia-se modelos vindos de fora. Tudo vem formatado de lá. Os projetos de aprovação do aborto estavam na gaveta. Agora ou vez por outra, o governo procura colocá-los na pauta do dia. É aquela história, água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Por isso, senhores, o sistema é cruel. Faz o que bem lhes entende. Em vista disso, além de meu pensamento cristão, sou totalmente contra o aborto. Chega de capitalismo!
REFERÊNCIAS
HUBERMAN, Léo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1984.
LOWY, Michel. Ideologias e ciências sociais: elementos para uma análise marxista. São Paulo, SP: Cortez, 1985.
MARX, Karl. O capital. Vol 1. Livro 1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980. Capítulo sobre a acumulação primitiva do capital.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. Volume I. Brasil: Livraria Martins Fontes, 1982.
NOGUEIRA, Cláudia Mazzei. A Feminização no Mundo do Trabalho: Entre a Precarização e a Emancipação.2011. Disponível em: http://www.santosbancarios.com.br/mulheres/A%20Feminiza%C3%A7%C3%A3o%20do%20Trabalho.pdf. Acesso em 25.agosto.2011.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
WEBER, MAX. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Atlas, 2001.


[1] http://www.santosbancarios.com.br/mulheres/A%20Feminiza%C3%A7%C3%A3o%20do%20Trabalho.pdf





























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1) Isaac - Faça o terceiro capítulo conforme os objetivos - Depois é só fazer o primeiro de o segundo capítulo. Esses dois capítulos deverão ser um confronto com o terceiro capítulo. É importante a relaçao da referência com a pesquisa, o que está sendo relatado no estudo de caso.
Prof. Roberto.