IOMBI NA CAVERNA URBANA: uma alegoria social


OBRA DE FICÇÃO - Qualquer semelhança com a realidade terá sido mera coincidência
IOMBI NA CAVERNA URBANA
José Roberto Soares Ribeiro
Estatístico/Sociólogo/Mestrado/Artista Plástico
Contatos: (85) 9972.6634


Na Alegoria da Caverna, Sócrates disse ao seu amigo Iombi, amigo, você não acha que a Grécia governa sempre para os ricos, deixando sempre o povo a mercê de seus projetos? Iombi, pensador grego, um grande filósofo  que havia lido tudo sobre Pitágoras, disse que era verdade. O político, dissera Iombi, acha sempre que o povo precisa disso e daquilo, não pergunta nada ao povo, pensa por ele. Grande petulância a dos políticos. Sócrates, com a sua dialética, mais uma vez soubera interrogar um grande filósofo. E foi discernir sobre os acorrentados da sua alegoria. E o povo estava sempre acorrentado ao pensamento do político. E o político, sempre querendo destruir o povo, sempre querendo roubar tudo para isso. E os  acorrentados, coitados, ali dentro da caverna, querendo ser normais. Iombi, pelo contrário, não queria ser um sujeito normal, o que ele queria era ser um maluco real, misturando a sua maluques com a sua lucidez, Iombi queria ficar um maluco real. E só um maluco real, na sua maluques poderia agüentar tanta injustiça social, caminhando pelo mundo irreal. E um dia, num país de grandes injustiças sociais, chamado Terra de Santa Cruz, onde um louco desvairado foi com armas e ferramentas, e destruiu milhares de índios. Aportou em Porto Seguro, disse que a terra era sua. Loucura real, no mundo da irrealidade. Tomaram o ouro dos índios. Encontraram o pau Brasil, madeira preciosa que fazia tinta de serigrafia. Pintaram camisas. E os políticos organizaram o Brasil de hoje. Deram um jeito de tirar dinheiro do povo de qualquer maneira. Inventaram o voto. E o povo ficou disputando, vendendo voto, trocando opinião por uma dentadura, por um prato de comida, por um favor, por um tratamento médico, e, por fim, por uma bolsa família. Hoje dentro das cavernas urbanas, milênios após a Grécia de Iombi, o povo pega o bolsa família, vota para receber favor. O político escolhido não se preocupa com o acorrentado, pois ele só precisa dele nas eleições. Tchau, muitas felicidades para todos, tiremos nossas correnteS, mas será que vai adiantar... Não se sabe, só Deus.
REFERÊNCIAS
MANNHEIM, K. Filosofia grega em correntes. São Paulo: Ed. Torquato, 1958.
MARX. K. O manifesto comunista. São Paulo: Global, 1981.
PLATÃO. A cidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.
PLATÃO. A República. São Paulo: Ed. Agir, 1970.
RIBEIRO, J.R.S. Iombi na caverna urbana. Disponível em: M http://robertoeducacional.blogspot.com >
WEBER, M. Filósofos e astrólogos. Lisboa: Augustos & Letras, 1940.